Centenas protestam contra a mineração no Rio Camaquã

07/04/2017 20:41

Foto: Facebook/Luis Augusto Lara

Mais de 600 pessoas dos municípios que integram a Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã e de diversas partes do Estado participaram, nesta sexta-feira (7), da Jornada em Defesa do Camaquã, atividade organizada pela Assembleia Legislativa, a partir de sugestão do deputado Estadual Luiz Fernando Mainardi. O grupo, formado por produtores rurais, ambientalistas, estudantes e lideranças políticas protestou contra o projeto da Votorantim Metais, em parceria com a canadense Iamgold do Brasil, de instalar, nas Minas do Camaquã, uma mineradora para extração de cobre, chumbo e zinco.

A atividade iniciou com um passeio de barco, em que os deputados Edegar Pretto, presidente da Assembleia Legislativa, e Mainardi, acompanhados de representantes do Grupo União pela Preservação do Camaquã, percorreram um trecho do rio. Na sequência, dezenas de presentes de revezaram ao microfone para condenar o empreendimento da mineradora e defender a fauna e a flora características do Bioma Pampa.

O deputado Luiz Fernando Mainardi afirmou que autorizar a mineração significa um retrocesso ao Brasil Colônia, quando portugueses levavam do País as principais riquezas, como o Pau Brasil e o ouro. “Estas empresas não geram desenvolvimento, sugam nossas riquezas e deixam um passivo ambiental muito grande”, justificou o deputado, que defendeu o modelo econômico que vem sendo desenvolvido na região, onde produtores, de forma cooperativada, trabalham há dez anos no desenvolvimento sustentável da região do Alto Camaquã. “Precisamos preservar nossas belezas naturais, explorar a terra com responsabilidade ambiental e oferecer ao mercado um produto diferenciado”, concluiu Mainardi.

O deputado Edegar Pretto foi enfático ao dizer que, como presidente do parlamento, tem que manter, na representação do cargo, imparcialidade, o que não o impede de se posicionar politicamente contra ações que venham poluir o meio ambiente.

A prefeita de Cristal, Fabia Richter, presidente do Consórcio de Municípios do Centro Sul, destacou a mineração é um projeto limitado de desenvolvimento, que produz riqueza para poucos, gera alguns empregos por um pequeno período, mas deixa perdas permanentes nos locais onde se instalam. “Não quero passar para a História como uma pessoa que permitiu a mineração no Rio Camaquã”, finalizou.

O próximo movimento do grupo será uma audiência pública, solicitada pelo deputado Mainardi, a ser realizada no dia 19 de abril, no plenarinho da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, para debater impactos da mineração na Bacia Hidrográfica do Camaquã.

Também participaram do ato os deputados Reginar Becker e Luis Augusto Lara, além de dezenas de vereadores.

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