Foto: Vinicius Reis
O vice-presidente da Comissão Especial de Segurança Pública, deputado Luiz Fernando Mainardi, disse que o governo faz uma grande esforço para justificar a falta de soluções para os problemas de segurança, sem, entretanto, convencer. A manifestação foi feita após ouvir o secretário de segurança pública do Estado, Cezar Schirmer, em audiência pública da Comissão Especial de Segurança Pública, realizada hoje (6) na Assembleia Legislativa.
A comissão foi instalada pelo parlamento estadual para debater a grave crise da segurança pública no Rio Grande do Sul, que se agravou nos últimos meses. Segundo informações da bancada do PT, o índice de homicídio cresceu 46,5% entre 2014 e 2016. Para Mainardi, o secretário de Segurança Pública transferiu responsabilidades e tergiversou em sua manifestação. “É estranho ouvir o secretário passar para terceiros responsabilidades em relação à problemas que são causados pelas próprias decisões tomadas pelo Executivo estadual nos últimos dois anos”, disse.
“É claro que existem muitos fatores na equação da segurança, mas é preciso ficar claro que este governo cancelou nomeações de servidores da área, cortou diárias de policiais e reduziu o orçamento para combustível, diminuindo a capacidade de o Estado enfrentar o crime”, afirmou o parlamentar.
Mainardi questionou, também, o fato de que passados dois anos, o Executivo não tenha conseguido concluir o presídio de Canoas, que estava praticamente pronto, faltando apenas conclusão de acessos e outros detalhes. “A legislação permite dispensa de licitação para casos excepcionais. E não existe nenhuma outra situação mais excepcional do que essa”, argumentou.
Crise
Em sua manifestação introdutória, o secretário Schirmer reconheceu que os indicadores de violência do estado são altos e graves. Para ele, 80% dos casos são causados pela indústria do tráfico. Segundo o secretário, o consumo de drogas amplia o mercado, enriquecendo e aumentando o poder de fogo dos traficantes.
O secretário disse, ainda, que o poder público está falido e é preciso construir soluções “alternativas, criativas e inovadoras”.